Estudo Dirigido
Thiago Iachiley A. Souza
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Conforme o texto qual o conceito de Sistema Educacional
É um conjunto dinâmico,
com seus elementos interagindo, incorporando tradições e se comportando, ao
mesmo tempo, como condicionado e condicionante do contexto em que está
inserido.
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Como é possível o homem sistematizar?
O ato de
sistematizar, uma vez que pressupõe a
consciência refletida, é um ato intencional. Isto significa que, ao realizá-lo,
o homem mantém em sua consciência um
objetivo que lhe dá sentido, em outras palavras, trata-se de um ato
que concretiza um projeto prévio. Este caráter intencional não basta,
entretanto, para definir a sistematização. Esta implica também uma multiplicidade de elementos que precisam
ser ordenados, unificados, e
conforme vem da palavra grega “sistema”:
reunir, ordenar, coligir. Sistematizar é,
pois, dar, intencionalmente, unidade à multiplicidade. E o resultado obtido,
eis o que se chama “sistema”. Este é, então, produzido pelo homem a partir de
elementos que não são produzidos por ele, mas que a ele se oferecem na sua
situação existencial. E com o esses elementos, ao serem reunidos, não perdem
sua especificidade, o que garante a unidade é a relação de coerência que se
estabelece entre os mesmos. Além disso, o fato de serem reunidos num conjunto
não implica que os elementos deixem de pertencer à situação objetiva em que o
próprio homem está envolvido; por isso, o conjunto, como um todo, deve manter
também uma relação de coerência com a situação objetiva referida.
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Discorra sobre o caráter
dialético da estrutura do homem
O caráter
dialético do homem tem como objetivo fundamentar a afirmação “o homem
sistematiza”, que é a base dos argumentos a respeito do “sistema educacional”.
Por isto busca constituir uma ontologia do “homem brasileiro”, pela qual
fundamentará o “sistema educacional brasileiro” necessário e correto. Uma
ontologia de um particular, o homem brasileiro, o que faz com que utilizemos o
epíteto filósofo da educação brasileira e não filósofo da educação.
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Conforme o texto o que entendeu sobre a filosofia como mediação entre a
ação assistemática e a ação sistematizada
Partindo do principio que
a filosofia é o exercício pleno e acabado da consciência refletida, ela se
constitui numa mediação entre a ação assistemática, ou seja, os princípios,
normas e objetivos são fornecidos pela filosofia de vida. Já na ação
sistematizada, os princípios, normas e objetivos são fornecidos pela
“ideologia”.
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O que entendeu sobre de Sistema
O sistema é um “processo”
resultante da atividade sistematizada; e a ação sistematizada é aquela que
busca intencionalmente realizar determinadas finalidades. Sistema é, pois, uma
ação planejada. Sistema significa, assim, uma ordenação articulada dos vários elementos
necessários à consecução dos objetivos educacionais, por exemplo, preconizados
para a população à qual se destina. Supõe, portanto, o planejamento. Ora, se
“sistema é a unidade de vários elementos intencionalmente reunidos, de modo a
formar um conjunto coerente e operante”, as exigências de intencionalidade e coerência implicam que o sistema se
organize e opere segundo um plano.
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O que você entendeu sobre noção
de Estrutura
O termo “estrutura”, da
mesma forma que “sistema”, também se refere a conjunto de elementos, por isso,
muitas vezes, ambos são usados como sinônimos. Entretanto, termo “estrutura”
originou-se do verbo latino “struere”. A esse verbo é atribuído correntemente o
significado de “construir”. Esse sentido é aceito sem objeções tanto entre os
leigos como nos círculos especializados. Tal fato dispensa os estudiosos de um
exame mais detido do significado etimológico do termo, o que pode ser ilustrado
pela frase com a qual Bastide (1971, p.2) introduz o exame dos diferentes
itinerários percorridos pela palavra “estrutura” no vocabulário científico:
“Sabemos que a palavra estrutura vem do latim ‘structura’, derivada do verbo
‘struere’, construir”. Logo observamos que “estrutura” significaria
“construção”. De fato, “construção” pode indicar tanto o modo como algo é
construído (o que sugere a ideia de paradigma ou modelo) como a própria coisa
construída (e a estrutura se confunde, então, com a realidade mesma).
· Faça um resumo sobre a noção do sistema educacional abordando como se
pode sistematizar a educação, o sistema educacional, o sentido da filosofia da
educação e as precisões terminológicas.
Saviani menciona alguns
procedimentos que poderiam ser utilizados na tarefa de constituir a
antropologia filosófica que apresente os fundamentos da “atividade
sistematizadora”. Discorre sobre cada procedimento, iniciando pela análise da
palavra “sistema”, pelo qual o sentido é buscado na etimologia, constituindo
uma semântica que permita “lançar luz à expressão sistema educacional”
(SAVIANI, 2000a, p. 27). Em seguida, este procedimento é descartado por ser
considerado intelectualista, embora, como já anotamos, dele se utilize com
muita frequência. O segundo procedimento, a ser descartado, é o que procura
estabelecer a noção de “sistema educacional” a partir do fato, do existente,
considerando que há “sistema”, porque “ele se apresenta em sua organização e
funcionamento” (p. 28), o que revela um ponto de vista administrativo
insuficiente para o estabelecimento da antropologia filosófica. Os dois
procedimentos são identificados, respectivamente, com os da análise formal ou
lógico-formal e com a científica, a que parte do existente para estabelecer o
que algo é. Ambos são impróprios, pois o lógico-formal refere-se à coerência e
não à verdade (p. 28) e o científico prende-se aos dados para expô-los (p. 29),
Note-se que esta maneira de ver tanto a lógica quanto a ciência expressa uma
concepção epistemológica, no mínimo, ultrapassada na Filosofia da Ciência desde
os anos 1930, pelo menos. De fato, a análise formal não distingue coerência e
verdade lógica, pois só há a primeira se a segunda estiver presente. No outro
caso, no das ciências empíricas, há muito se tem claro que os “dados” não são
“dados”, mas interpretações, as quais podem produzir novos modelos a partir dos
mesmos “dados”. O terceiro procedimento é uma análise das instituições, iluminada
pelo significado da palavra sistema. O método aqui seria o empírio-logístico,
pois, para o autor, tal método “busca explicar os dados empíricos,
referindo-os, porém, a um modelo formal prévio, escolhido de modo mais ou menos
arbitrário e construído de acordo com as regras lógicas”(p. 29). O quarto
procedimento é a análise da noção de sistema educacional a partir do fenômeno,
pois ele revelaria, de início, que o sistema não se apresenta como um dado
objetivo. Para o autor o “sistema, qualquer que ele seja, está sempre referido
à realidade humana” (Ibid.), pois é o homem que o cria e o organiza. O que o
colocaria entre os que defendem que o “dado” não é dado, mas uma interpretação,
que é também a nossa posição epistêmica. No entanto, o procedimento
fenomenológico apresenta uma dificuldade, pois proporciona uma visão analítica
e estática do fenômeno quando este se apresenta à consciência, tornando
inviável a apreensão do movimento próprio do conceito. Daí a necessidade do exame
que considere “sistema educacional” em sua dinâmica, produzida pelas
contradições e que, ao mesmo tempo, é condicionado e condicionante. Tal
procedimento é o próprio do método dialético. Donde a proposta de junção do
método fenomenológico com o dialético, justificada pelo entendimento de que,
partindo do fenômeno e efetuando a descrição fenomenológica de seus elementos,
é possível atingir uma visão dialético-sintética ou fenomenológico-dialético do
problema, sendo que esta visão só é possível ser atingida pela mediação da
análise.