sexta-feira, 22 de junho de 2012

Semana da Física


                                 LIMA FILHO,Juscelino Koji de
         Antes de relatar sobre os seminários que ocorreram na semana da física, vou mencionar apenas de1 seminário, pois acredito que a maioria que vi não seria pertinente ou interessante o suficiente para a senhora professora.
            O primeiro que irei citar foi o do professor Gaspar. Ele falou sobre a história das ciências durante o período da primeira guerra mundial até meados de 1990. Ele começa introduzindo como eram vistas as ciências naquela época, mas infelizmente  o ensino e o material didático eram extremamente complexos.
             Naquela época eles não tinham uma organização muito boa. Foi com a corrida armamentista que os EUA resolveu mudar esse quadro e promover as ciências no país, a fim de difundir as ciências como na União Soviética, onde eram bem desenvolvidas do que nos  EUA
             Convém relatar que a União Soviética foi quem lançou o primeiro satélite, causando “pânico”, uma vez que os EUA não sabiam do que se tratava. Logo depois do lançamento do satélite pela URSS, os EUA criaram a NASA e praticamente recriaram o ensino das ciências. Foi assim que eles conseguiram mandar o primeiro homem à lua e criar a bomba nuclear. O período da guerra fria foi praticamente estagnado, apenas as potências capitalistas e as socialistas estiveram numa briga de “marketing”.  
         O professor Gaspar cita como o ensino de ciências foi difundido e quais os materiais didáticos utilizados. Mas todas as tentativas foram falhas, inclusive os materiais didáticos  eram bastante escassos e também falharam no quesito do ensino.
            A segunda parte do seminário foi sobre  Vygotsky, pensador importante em sua área e foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Veio a ser descoberto pelos meios acadêmicos ocidentais, muitos anos após a sua morte, que ocorreu em 1934, por tuberculose aos 37 anos. 
                Apesar de sua formação em Direito, destacou-se à época por suas críticas literárias e análises do significado histórico e psicológico das obras de arte, trabalhos que posteriormente foram incorporados no livro "Psicologia da Arte", escrito entre 1924 e 1926, incluindo naturalmente a tese de doutorado sobre Psicologia da Arte, que defendeu em 1925.
              O seu interesse pela Psicologia levou-o a uma leitura crítica de toda produção teórica de sua época, nomeadamente as teorias da "Gestalt", da ‘Psicanálise”  e o " Behaviorismo", além das ideias do educador suíço Jean Piaget. As obras desses autores são citadas e comentadas em seus diversos trabalhos, tendo escrito prefácios para algumas das suas traduções ao idioma russo.
  

sábado, 16 de junho de 2012

RESENHANDO EDUCAÇÃO

                                                                                  CASTROAldiana Moreira

Resenha do livro: O que é Educação
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. São Paulo: Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 44ª ed., 2005.
“Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.”
João Guimarães Rosa/Grande Sertão: Veredas
Carlos Rodrigues Brandão é doutor em Antropologia pela USP e já lecionou como professor universitário na UNB, UFG e UNICAMP. Nesta obra, o autor disserta em nove capítulos, a partir de uma linguagem sociológica-antropológica, sobre o conceito de educação, procurando desmitificar aideia de que o processo educacional existe somente na escola.
Logo no capítulo inicial, Educação? Educações: aprender com os índios, o autor expõe que
todos os seres não passam ileso pela vida sem que sejam alvo de um processo educativo. Em todos os setores em que se vive, vivenciam-se experiências de ensinamento-aprendizagem.
 Neste contexto, Brandão usa a palavra educação no plural, visto que a educação pode ocorrer em muitos lugares, como na rua, na escola ou na igreja. Para demonstrar este fato, ele descreve os processos de educação indígena.
No segundo capitulo, Quando a escola é na aldeia, Brandão nos mostra que a educação
existe em lugares em que não há escola. Nos é mostrada a relação que os índios tem entre si ensinando sua cultura e seus valores para as gerações mais novas, chamando essa transmissão de conhecimento de ritual e não de educação. O sociólogo discute a idéia de que tudo o que é necessário à vida humana envolve algum tipo de saber, e, este último, requer métodos de ensino
para se concretizar. Essa relação saber-ensino-fazer se constitui o que autor chama de processo de “endoculturação”.
No terceiro  capítulo, Então surge a escola, o autor discute um saber separado do fazer, mostrando que mesmo em povos tradicionais, quem possui o saber passa a apresentar uma espécie de dominação sobre os outros. O que tem o poder de saber fazer, passa a transmitir o seu conhecimento para os demais, reproduzindo os saberes através de suas camadas sociais de geração para geração.
O autor expõe que a partir da categorização de saberes especializados, dentre eles a Pedagogia, surge a escola formal, fazendo com a educação se confunde com o ensino. Ele exemplifica que com o passar do tempo a educação mostrou sinônimo de diferença de classes como pode se observado na Grécia, e em Roma, e surgiu assim, possivelmente, a invenção da escola.
Neste capítulo, o autor enfatiza novamente que a educação está presente em todos os lugares do mundo e em todas as populações.
No quarto capítulo, Pedagogos, mestres-escola e sofistas, Brandão traz à discussão a
educação na Antiguidade Clássica, descrevendo os propósitos que a educação e a escola grega visavam atender. O autor reflete o que era a Paideia e os ideais de homem e de sua formação educativa. A educação na Grécia preparava o homem à vida na polis através da formação do “bom cidadão”, visando sua atuação política e social. Esse sistema educativo centrava-se na busca da verdade e da beleza por meio do estudo da filosofia, da retórica, das virtudes, das artes e da ginástica, e o pedagogo era o sujeito que conduzia as crianças até as escolas para serem instruídas.
O autor apresenta como era a experiência educacional na Grécia Antiga que era o problema da aprendizagem dos ofícios simples no período da paz e na guerra. Nesse sentido houve a transição entre os saberes da agricultura, do artesanato da subsistência e da arte, tudo misturado com os princípios da honra e a solidariedade ligada com a fidelidade da polis.
Nesse contexto existe uma diferença entre a educação do homem livre, e do escravo. O escravo aprendia os saberes fora da escola, já os homens livres tinham sempre um professor particular que o ensina como devia ser sempre livre. Durante um determinado período a educação era somente o privilegio da nobreza guerreira, e se aprendia as tradições escutando as declamações poéticas de Homero. Os pobres nãopodiam levar seus filhos à escola, por não ter condição financeira para pagar ao professor. Com o
tempo a educação clássica deixa de ser assunto para alguns privilegiados para ser uma questão dapolis. E Brandão conclui esse capitulo dizendo que a grande contribuição que a civilização grega apresentou para a civilização ocidental e que esta esqueceu com o tempo é que a educação existe em toda parte, e que vai muito além da escola convencional, e diz que são as pequenas relações sociais existente entre vários membros da sociedade é que vai construído a educação.
No quinto capítulo, A educação que Roma fez, e o que ela ensina, faz um paralelo entre a
educação grega e a educação romana e aponta que a educação romana não se estendia, nos
primórdios, apenas aos cidadãos nobres e livres - como na Grécia -, mas a todos os romanos.
Entretanto, quando uma nobreza romana abandona a terra para dedicar-se à política, surgem as primeiras agências de educação e modelos específicos de educação às diferentes classes sociais.
Os primeiros latinos eram camponeses e viviam em comunidade, a iniciação das crianças e
dos adolescentes era aprender os valores dos antepassados, que chamavam de educação doméstica, que se aprendia em casa, com intuito de chegar à formação de uma consciência moral.
No inicio da formação da cidade de Roma não existia um cuidado na educação física e intelectual de seus cidadãos ociosos que pensavam primeiramente somente em governar e guerrear.
 Com enriquecimento da nobreza romana, essa se afasta do labor da terra e se ocupa somente pela política.
E dessa maneira pouco a pouco o ensino que era pastoril camponês passa a ser a formação para ser guerreiro, e ai surge uma oposição entre o ensino dos pais e dos mestres-pedagogos que convivem com os educandos e os acompanham durante um determinado período de sua vida para a formação de seu saber.
 E conclui que a educação romana influenciada em parte pelo espírito grego vai ajudar
os filhos dos soldados e funcionário romanos a controlar os vencidos e impor sobre eles a vontade, e a visão de mundo do dominador.
No sexto capítulo, Educação: Isto e aquilo, ao contrário de tudo, o pesquisador busca compreender o conceito de educação a partir do que dizem as leis oficiais, os discursos dos estudantes e intelectuais sobre a temática e verifica a dialética existente no “dito” e “não-dito” imbuída nos diferentes discursos acerca da educação brasileira. Investigando esses documentos, Brandão constata que “não há apenas idéias opostas a respeito da Educação, sua essência e seus fins. Há interesses econômicos, políticos que se projetam sobre a educação” (BRANDÃO, 1988, p. 60).
Brandão conclui esse capitulo dizendo que a definição, e a legislação sobre a educação é feita como uma maneira de camuflar os interesses de uma determinada classe social que tem o poder econômico, como político.
No sétimo capitulo, Pessoas "versus" sociedade: um dilema que oculta outros, continuando
a explicitação de seu pensamento, Brandão questiona qual a finalidade da educação. O autor discute a idéia de que o fim da educação é a “perfeição”. Entretanto: - Que perfeição é esta? Quem a define? Ela é universal a todas as culturas? Para refletir essas problemáticas, o autor parte dos pressupostos de Émile Durkheim e alude para o fato de que a educação também se constitui uma prática social que inclui tipos de saber e reproduz sujeitos mediante determinadas exigências, princípios e controles sociais. Ele explica o conceito de educação de uma maneira filosófica se ela é inata, vem de dentro da pessoa, ou se ela externa o meio que forma a pessoa, resolvendo esse dilema dizendo que a educação é uma construção social que foi pensada por uma pessoa ou instituição com o objetivo de atender uma necessidade do coletivo, para que individuo obtenha tudo
que precise para construir sua subjetividade. Ou seja, o intuito da Educação é formação integral desse ser humano. E volta a discussão que essência da educação é a humanização do ser para manutenção da comunidade como era feito na Grécia Antiga, e em Roma, e diz que a educação é uma parte real da vida de como esse ser humano deve existir. Brandão conclui que a educação humanística visa retornar o sentido de educação que era pensando pelos gregos e romanos, uma educação voltada para a comunidade.
No oitavo capítulo, Sociedade contra Estado: Classe e educação, o sociólogo questiona a
existência de uma educação universal. Para ele, a educação é uma prática social, cujo fim é o desenvolvimento de aprendizagens nos seres humanos que produzem tipos de sujeitos sociais.
Brandão alude ainda que, apesar da essência humana ser basicamente a mesma, são os fatores estruturais de uma sociedade – modos de produção e valores culturais - que determinam os tipos de educação adequados aos interesses políticos e econômicos de uma sociedade. Brandão também reflete o discurso liberal da “educação permanente” que deve acompanhar as transformações ocorridas no mundo. Isso significa que os sujeitos sociais devem ser formados, continuamente, mediante as tendências e exigências do mercado de trabalho. O autor denuncia o utopismopedagógico que atribui à educação a tarefa de transformar o mundo e promover a ascendência social. Partindo de pressupostos freirianos, ele diz que a educação não é suficiente para promover atransformação social, entretanto, sem ela essa transformação é impossível.
No nono capítulo, A esperança na educação, o autor faz uma reflexão dos capítulos
anteriores, e reforça a idéia que a educação se dá fora do poder de controle do sistema escolar, e que é preciso reinventar a educação no dia a dia, algo que as pequenas comunidades sabem fazer se reunir para reivindicar seus direitos que muitas vezes o Estado ignora. O pesquisador aponta que “assim como a vida é maior que a forma, a educação é maior do que o controle formal sobre a educação” (BRANDÃO, 1988, p. 103). Brandão reflete que as classes dominadas conseguem, mesmo dentro de limites estreitos, criar uma identidade própria, por meio de mecanismos de resistência contra a invasão cultural, e, assim, lutam pela perpetuação de saberes e práticas intrínsecas a sua cultura. Questiona a estrutura escolar dos pedagogos que dizem que a educação só se dá pela escola, e se esquecem que a educação é vida, está muito além da escola. E conclui
dizendo que somente o educador "deseducado" é que pode transforma essa realidade educacional, e dar um novo sentido para educação com a valorização do cotidiano de seus alunos.
No décimo capítulo, o autor sugere algumas referências bibliográficas para aprofundamento da temática. Destacando autores e livros acerca da História da Educação (da Antigüidade Clássica a contemporaneidade) e, também, acerca da compreensão da educação a partir de uma perspectiva sociológica.
Críticas e Sugestões
A Ideia que a educação só acontece na escola caiu em desuso, pois muitos nunca foram à
escola, porém são sábios, aprenderam com a vida ou em convívio com outros. A educação não fica restrita a salas de aulas ou a professores, todo àquele que aprende é um aluno logo aquele que ensina é um professor.
O texto enfoca a existência de povos que se submetem e outros que dominam, usando a
educação, seja com o controle do que se ensina, para que seus liderados não aprendam algo que possam despertá-los e assim queiram fazer uma revolução, ou com a falta de acesso a educação, nãopermitindo deste modo que todos tenham conhecimentos dos seus direitos e assim queiram requerêlos.
O texto é de fácil compreensão e deixa claro que a educação está por todos os lados e que
muitos não perceberam o seu poder e por isso até hoje são manipulados diretamente ou
indiretamente por poucos que estão no poder. Devido a isso dedico à leitura deste texto a todos os que têm sido manipulados no decorrer dos anos.
Sem sombra de dúvida vale a pena consultar esta obra. A abordagem sociológica apreciada pelo autor promove um pensar crítico acerca de paradigmas que envolvem os discursos dos sistemas educacionais, saberes e práticas institucionais. Dessa forma, a obra impulsiona novas leituras e reflexões, visto que o autor oferece um entendimento do tema até a consolidação do projeto liberal de educação.
Assim, é importante que os leitores busquem outras leituras complementares, a fim de
refletir os novos paradigmas e exigências neoliberais que assolam o mundo pós-modernidade e, sobretudo, a educação.
Concluindo, compartilha-se com Brandão ao apontar que, sendo a educação uma prática social em constante processo de transformação, deve-se buscar compreendê-la mediante os interesses, exigências e necessidades da sociedade. Dessa maneira, ficam abertos os questionamentos: - Que tipo de educação se adéqua a atual realidade brasileira? Quais seus pressupostos e finalidades? Buscar respostas para estas questões é estabelecer um diálogo com o passado e, assim,compreender as transformações presentes na educação e seus significados sociais.

terça-feira, 12 de junho de 2012

ESTUDO DIRIGIDO EM SAVIANI, DEMERVAL

                      
                                                     CASTRO, Aldiana Moreira

1- Conforme o texto qual o conceito de Sistema Educacional
Seria uma ordenação articulada dos vários elementos necessários à consecução
dos objetivos educacionais preconizados para a população à qual se destina.

2- Como é possível o homem sistematizar?Ao sistematizar, o homem mantém em sua consciência um objeto que lhe dá sentido; em outros termos, trata-se de um ato que concretiza um projeto prévio.
A sistematização implica também uma multiplicidade de elementos que precisam ser ordenados, unificados. O sistema é produzido pelo homem a partir de elementos que não são produzidos por ele, mas que se-lhe oferecem na sua situação existencial.

3- Na estrutura fenomenológica do homem comente as 3 concepções que o autor
aborda no sentido biológico,pedagógico e cultural .
A primeira perspectiva é a biológica, na qual o corpo, antes apenas constatado, é visto agora como organizado, estruturado e as respostas que ele dá são globais.
É por isso que  se faz necessário o conhecimento da complexidade e funcionamento dos órgãos humanos.
Quando o educando só é observado nesta perspectiva, adota-se um utilitarismo pedagógico que é representado pelo pragmatismo, que tem por princípio, segundo o autor, a verdade em termos de utilidade para a vida.
Ainda observando a criança, Saviani diz que ela tem um mundo interior e que se manifesta em vários níveis, existindo neste mundo fenômenos patológicos que afetam essa vida interior, essa é a perspectiva psicológica.
Segundo o autor, o mundo interior é bastante complicado, mas muito importante para o
problema da educação e é por isso que a Psicologia é relevante para o planejamento educacional. Contudo, se o educando só for considerado sob essa perspectiva, o enfoque dado será o do psicologismo pedagógico.
O autor comenta que a observação do mundo interior “explica porque as pessoas que falam (políticos, padres, oradores em geral e também os professores), devem se enquadrar na psicologia do auditório para suas ideias serem aceitas”. Afirmação bastante pertinente e que, sem dúvida, deve ser levada em consideração.
Saviani afirma, citando alguns trechos de Pestalozzi e Froebel, que estes foram educadores que deram um enfoque especial ao a priori psicológico.
Na descrição do homem como ser cultural, voltando à figura da criança,Saviani diz que ela está situada num contexto espacial e temporal que a determina,ela vive num meio humano (artificial) e numa época determinada que é o século XX.(grifo nosso - século XXI).Para o autor o a priori cultural é o mais importante, pois resume e completa os anteriores, já que o homem está em um mundo “no qual tudo está carregado de um certo sentido cultural, humano”. Tal afirmação é constatada, segundo o autor, pela aprendizagem.

4- Discorra sobre o caráter dialético da estrutura do homemPara Saviani, a concepção dialética de Filosofia da Educação recusa colocar no ponto de partida uma determinada visão de homem, o que interessa é o homemconcreto, “síntese de múltiplas determinações” ou “como conjunto das relações sociais”. Para o autor, “Segundo a concepção dialética o movimento segue leis objetivas que não só podem como devem ser conhecidas pelo homem”. Esse dinamismo é explicado “pela interação recíproca do todo com as partes que o
constituem, bem como pela contraposição das partes entre si”.

5- Conforme o texto o que entendeu sobre a filosofia como mediação entre a ação
assistemática e a ação sistematizada

Esclarecido “o quadro da realidade humana”, o autor examina como o homem desenvolve as suas atividades neste contexto. Busca detectar a atividade sistematizadora ao falar da Filosofia como mediação entre a ação assistemática e a ação sistematizada. Para ele há uma sequência natural e espontânea na ação humana que está no nível da consciência irrefletida. Contudo, este processo é alterado quando “algo”, que o autor chama de problema, interrompe este processo
“alterando a sua sequência natural”. É nesse momento que o homem começa a refletir, ou a filosofar. Refletir sobre o objeto da Filosofia que são “os problemas que o homem enfrenta no transcurso de sua existência”.

6- O que entendeu sobre  Sistema
O sistema resulta da atividade sistematizada; e a ação sistematizada é aquela que busca intencionalmente realizar determinadas finalidades. É, pois, uma ação planejada, uma ordem que o homem impõe à realidade.

7- O que você entendeu sobre noção de EstruturaA estrutura indica a forma como as coisas se entrelaçam entre si, sem depender do homem mesmo, por vezes, havendo seu envolvimento.

8- Faça um resumo sobre a noção do sistema educacional abordando como se pode
sistematizar a educação, o sistema educacional, o sentido da filosofia da educação e as
precisões terminológicas.

Assim como o sistema é um produto da atividade sistematizadora, o sistema educacional é resultado da educação sistematizada. Isso implica, então, que não pode haver sistema educacional sem educação sistematizada, embora seja possível esta sem aquele.
Assim, a educação sistematizada, para ser tal, deverá preencher os requisitos apontados em relação à atividade sistematizadora em geral. Portanto, o homem écapaz de educar de modo sistematizado quando toma consciência da situação (estrutura) educacional (a), capta os seus problemas (b), reflete sobre eles (c),formula-os em termos de objetivos realizáveis(d),organiza meios para alcançar os objetivos (e), instaura um processo concreto que os realiza (f) e mantém ininterrupto o movimento dialético ação-reflexão-ação (g). Este último requisito resume todo o processo, sendo condição necessária para garantir sua coerência, bem como sua articulação com processos ulteriores.
Para se ter um sistema educacional – que evidentemente deverá preencher os três requisitos apontados, a saber: intencionalidade (sujeito-objeto), conjunto(unidade-variedade), coerência (interna-externa). –É preciso acrescentar às condições impostas à atividade sistematizadora (educação sistematizada), esta outra: a formulação de uma teoria educacional. Reduzindo-se os requisitos da educação sistematizada a dois pontos fundamentais, pode-se, enfim, determinar as
condições básicas para a construção de um sistema educacional numa situação histórico-geográfica determinada; são elas:
a) Consciência dos problemas da situação;
b) Conhecimento da realidade (as estruturas);
c) Formulação de uma pedagogia.
A Filosofia da Educação é uma reflexão sobre os problemas que a realidade educacional apresenta. A atividade educacional se insere no processo dialético que permite passar da ação(fundada na filosofia da vida) à ação (fundada na ideologia) pela mediação de reflexão. Para o educador, a Filosofia da Educação constitui essa mediação necessária. Por isso, o seu papel não será fixar, a priori, princípios eobjetivos para a educação; também não se reduzirá a uma teoria geral da educação enquanto ordenação dos seus resultados. Sua função será acompanhar, reflexiva e criticamente, a atividade educacional de modo a explicitar os seus fundamentos, esclarecer a função e a contribuição das diversas disciplinas pedagógicas e avaliar
o significado das soluções escolhidas.
A parte das Precisões Terminológicas aborda os conceitos de sistema e estrutura, sistema educacional, teoria e práxis, sistema pedagógico, sistema de educação, educação sistematizada e educação institucionalizada, rompendo a chance de haver qualquer dúvida entre os termos.
Para finalizar o autor completa: “A Filosofia de Educação, se for assimilida à práxis dos educadores como uma reflexão (radical, rigorosa e de conjunto) sobre os seus problemas educacionais, permitirá que se evite o burocratismo.” (Saviani)

Referência
SAVIANI, DEMERVAL. Educação Brasileira: Estrutura e Sistema.10 ed. Campinas,SP: Autores Associados,2008 (Cap.3, p.28-91).




segunda-feira, 11 de junho de 2012

ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÂO NO CONTEXTO HISTÓRICO


                                                                                     MORAIS,Ezenete Pereira
A história da antropologia e educação envolve a idéia de homem e de cultura. Desde os primórdios, abordarmos uma contribuição antropológica para a inteligência dos problemas contemporâneos. Estudiosos retratam a antropologia em seu caráter descritivo e classificatórios sendo itens necessários para a caracterização dos diferentes povos da colonização entre os séculos XIX e XX e que através desses estudos conceituou-se como antropologia clássica e abordava a noção de exterioridade e alteridade, em que  a civilização, ciência e técnica eram elementos centrais da condição de sociedade e de modernidade. Era o que definia a condição humana e a própria humanidade. A antropologia como ciência pregava as transformações que o homem sofria dentro de uma sociedade. Tal ciência foi considerada como objeto de considerações morais e políticas e inscreveu-se como antropologia da educação.    Entre 1920 e 1930 a antropologia da Educação teve uma nova roupagem com o objetivo de “padronizar” os sistemas educativos em busca de uma integralização entre escola e sociedade e com o decorrer do tempo inovações foram incorporadas à Educação. Posteriormente, estudos culturais foram enfatizados e as relações entre Educação e antropologia foram colocadas como tema principal. O multiculturalismo se tornou uma forma de invenção e intervenção social  e humana e a partir daí, o campo da Educação entra em cena com uma importância única. A teoria sobre cultura renova-se a cada momento que uma e outra cultura surgem e se prestam a propósitos dentro das sociedades semelhantes. Cada cultura tem uma história própria e singular, fazendo com que a humanidade se torne diversificada. A cultura é então entendida como um conjunto de elementos interdependentes e cada um desses elementos tem uma função precisa ao qual, tem que suprir necessidades individuais e coletivas, entre elas a escola. As correntes americanas e inglesa eram as mais representativas nas formas de pensar a diversidade humana com isso, seu domínio nas sociedades coloniais sobre outros povos era imposto. A Educação popular visto pelos antropólogos como instrumento do verdadeiro desenvolvimento surgiu a partir do comprometimento com a cultura tradicional e popular como veículo de conscientização e responsabilidade social. Desenvolveu-se um estudo aprofundado sobre cultura popular e realidade social. No contexto histórico a África na metade do século XX lutou pela independência, confrontando-se com o colonialismo. A sociedade dominante queria impor sua cultura e valores às outras sociedades, com isso, a Educação foi desafiada a responder às diversidades sociais humanas. O campo científico ficou dividido em duas teorias: Teorias de Equilíbrio e Teoria de Conflito, em contrapartida a antropologia adquiriu um método próprio de fazer ciência de uma maneira dinâmica, investigando o universo do outro, seu sujeito, com isso, busca explicações para os fatos da vida humana. Em relação à cultura no seu contexto histórico é uma construção que se inscreve na história das relações dos homens entre si. Nos dias atuais temos vozes altivas de protesto, de denúncia onde o campo de estudo na prática, tornou-se necessário às relações face a face com outros sujeitos, culturas, as visões de mundo do outro e suas diversidades.
Palavras- chave:  Antropologia, Estudos culturais,Educação.